quinta-feira, 11 de novembro de 2010

OCEANOS E MARES


Oceanos

Grande extensão de água salgada que circunda as massas de terra dos continentes, preenchendo as grandes depressões da superfície da Terra. Ocupa 71% da superfície do globo e é geralmente dividido em quatro áreas, que por ordem de tamanho são os oceanos: Pacífico, Atlântico, Índico e Ártico.

Os três primeiros estendem-se até as águas do Antártico, que pode ser considerado um quinto oceano. Cada uma dessas grandes áreas contém variadas massas de água que possuem diferenças físicas, químicas ou biológicas. Os oceanos são uma parte essencial do meio ambiente natural, não apenas porque fornecem alimento, combustível, e constituam um meio de comunicação, mas também porque são as fontes definitivas de toda a água existente sobre o globo e proporcionam a umidade que chega aos continentes sob a forma de chuva; é através do ciclo hidrológico que os oceanos agem sobre os climas dos continentes. As mudanças de temperatura e pressão provocam os ventos, que são de grande importância para a circulação atmosférica.

A sua salinidade resulta da afluência da matéria continental dissolvida levada pelos rios, pois quando a água evapora de sua superfície, os sais são deixados. A salinidade varia de acordo com as características da área e as águas menos salgadas são menos densas. A temperatura também afeta a densidade e as águas mais frias tendem a se deslocar para o fundo. Estruturalmente, os oceanos têm plataformas continentais em suas margens, e bacias e fossas nas partes mais fundas. Eles são afetados pelos movimentos das placas da crosta terrestre mais do que pela terra firme, porque a maioria das fronteiras entre as placas está sob o oceano. Existem montanhas, vulcões e fendas nas profundezas dos oceanos.


Principais Oceanos


O mapa-múndi mostra que a massa liquida oceânica é continua, porém, considera-se a existência de cinco oceanos que são: Pacífico, Atlântico, Indico, Ártico e Antártico.

Oceano Pacífico


Em 1513, o espanhol Vasco Núñez de Balboa divisou de uma montanha do istmo do Panamá uma massa de água que denominou "mar do Sul". Oito anos depois, Fernão de Magalhães, em sua viagem de circunavegação da Terra, comprovou que se tratava de um vasto oceano salpicado de ilhas e o chamou de Pacífico.

O Pacífico é o maior oceano da Terra, com uma área duas vezes maior que a do Atlântico. Estende-se desde a Antártica, ao sul, até a região ártica, ao norte; e da Ásia e Austrália, a oeste, até a América, a leste. Tem uma superfície de aproximadamente 166.000.000km2, sem incluir os mares costeiros, o que representa cerca de um terço da superfície total do planeta e mais do que o conjunto das terras emersas, incluídas a Antártica.

Comunica-se com o oceano Glacial Ártico pelo mar de Bering; com o Índico, pelos mares da China, Arafura e Timor; e com o Atlântico, pelo estreito de Magalhães e pelo canal artificial do Panamá. O oceano Glacial Antártico forma o setor meridional do Pacífico. Do estreito de Bering à Antártica, a distância em latitude é de 135o ou 15.500km, enquanto que a máxima largura, ao longo do paralelo 5o N, é de 21.300km.

A profundidade média do Pacífico é de 4.280m e a máxima conhecida, na fossa das Marianas, é de 11.034m. A parte ocidental do oceano contém numerosos mares marginais: de norte a sul destacam-se os mares de Bering, de Okhotsk, do Japão, Amarelo, da China Oriental, da China Meridional, das Celebes, de Arafura, de Coral e da Tasmânia. Na parte oriental, as costas americanas apresentam-se muito menos recortado e só se destacam os golfos do Alasca, da Califórnia e do Panamá. Importantes rios da Ásia oriental deságuam no Pacífico, entre eles o Amur, o Amarelo e o Mekong.

Características da água oceânica. Na zona do equador, é baixa a salinidade da água superficial, devido às chuvas relativamente abundantes e à escassa evaporação, limitada pela ausência de ventos fortes e pela nebulosidade. Nessa área, a taxa média de salinidade é de 34g por mil.
A temperatura das águas superficiais é em geral mais elevada no Pacífico norte do que no sul. Isso se deve à maior proporção de terras emersas no hemisfério norte e à influência do continente gelado da Antártica no sul.


Oceano Atlântico

Via natural de contato entre a Europa, a África e a América desde o século XVI, o Atlântico se estende no sentido norte-sul entre os oceanos Glacial Ártico e Antártico, banhando as costas ocidentais da Europa e da África e orientais da América.

O oceano Atlântico é o segundo oceano do mundo em extensão, com uma superfície de 106.460.000km2, o que corresponde à quinta parte da superfície da Terra. Inclui os seguintes mares periféricos: a leste, mar Báltico, mar do Norte e mar Mediterrâneo; a oeste, as baías de Baffin, de Hudson, os golfos do México e de São Lourenço e o mar do Caribe.

Esse oceano, cujo nome deriva do gigante Atlas, personagem da mitologia grega, tem o formato de um grande S, com 16.000km de comprimento na direção norte-sul; profundidade média de 3.330m; e largura que varia de 2.800km, entre o cabo de Palmas, na costa da Libéria, e o de São Roque, no litoral do Brasil, até 8.000km, entre a Flórida, nos Estados Unidos, e o noroeste da África. O Atlântico recebe as águas de vários dos principais rios do mundo: o São Lourenço, o Mississipi, o Orenoco, o Amazonas, o rio da Prata, o Congo, o Níger, o Loire, o Reno e o Elba. Com 35g de sal para cada mil de água, tem salinidade média superior ao dos demais oceanos.

Para os brasileiros o Atlântico tem uma importância especial, pois o Brasil possui extensa costa (cerca de 9.000km), por meio da qual tem recebido influências étnicas e culturais e mantém-se em contato com o resto do mundo, em particular no campo comercial.

A temperatura da água reflete a da atmosfera: na vertente oriental oscila entre 20o C no verão e 12o C no inverno, enquanto na costa americana varia entre 22o C no verão e 20o C no inverno.
História da navegação atlântica.Os fenícios foram os primeiros marinheiros a atravessar o Atlântico, por volta do ano 500 a.C., deixando o Mediterrâneo e alcançando as ilhas Canárias, ao sul, e as ilhas britânicas ao norte.

No século XI, os viquingues navegaram pelo Atlântico setentrional até a Islândia e a Groelândia, alcançando a Terra Nova e a península do Labrador. Entretanto, essa descoberta não teve maiores desdobramentos, pois os navegantes nórdicos não tiveram consciência dela e a seus núcleos de colonização faltou continuidade.

A história da navegação atlântica teve um impulso decisivo durante o século XV, quando os turcos e mongóis interromperam o caminho terrestre até as Índias (Ásia). Os portugueses procuraram chegar até elas margeando o Atlântico, e, em 1487, Bartolomeu Dias alcançou o cabo da Boa Esperança, no sul da África. Cinco anos depois, Cristóvão Colombo atravessou o Atlântico e chegou à América Central, de que tomou posse em nome dos reis da Espanha. A partir do século XVI multiplicaram-se as viagens de exploração e o Atlântico finalmente substituiu o Mediterrâneo como principal via marítima de comércio.

Nas costas do Atlântico e de seus mares periféricos encontram-se alguns dos mais poderosos países do mundo: Estados Unidos, Canadá e os países da Europa ocidental. A importância econômica desse oceano se deve à riqueza de suas zonas pesqueiras e ao volume da navegação comercial: grande parte do tráfico marítimo mundial se realiza pela rota atlântica, sobretudo no Atlântico norte, entre a Europa e a costa leste americana. Além disso, trinta dos cinqüenta portos mais importantes do mundo encontram-se no Atlântico.

Entre eles destacam-se, na Europa, os de Londres, Liverpool, Havre, Rotterdam, Bremen e Lisboa; na África, Dacar e Cidade do Cabo; na América, Nova York, Boston, Baltimore, Filadélfia, Vera Cruz, La Guaíra, Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Montevidéu e Buenos Aires.


Oceano Índico
As rotas que os navegantes árabes, e depois os europeus, abriram no oceano Índico em busca das cobiçadas especiarias, tornaram possível o contato entre os povos e civilizações de todo o Velho Mundo.

O Índico é o terceiro dos oceanos terrestres em extensão, com cerca de 73.440.000km2. Sua profundidade, em média de 3.890m, alcança o máximo na fossa de Java, com 7.450m. O Índico estende-se entre três continentes: a África a oeste, a Ásia ao norte e a Oceania a leste. No sul, as águas avizinham-se do oceano Glacial Antártico, aproximadamente a partir do paralelo 45o S.

São poucos os mares secundários e golfos do Índico em comparação com os de outros oceanos; os principais são o mar Vermelho, o golfo Pérsico e o mar Arábico no noroeste; o mar de Andaman, no nordeste; o golfo de Bengala ao norte; e os mares de Timor e Arafura, o golfo de Carpentaria e a Grande Baía Australiana a leste. Em geral, a linha de costas do oceano Índico é ligeiramente ondulada, embora em alguns setores do litoral setentrional apresente golfos e mares profundos, que adentram o continente. As ilhas principais são Madagascar, Socotra, Sri Lanka (Ceilão) e as Seychelles, todas de tipo continental; as Mascarenhas, Comores, Nova Amsterdam e Saint-Paul, de origem vulcânica; e as Laquedivas, Maldivas, Amirante e Cocos, de formação coralina.

No limite oriental do oceano estende-se o arco formado pelas ilhas de Sonda, ao longo de mais de cinco mil quilômetros, de Myanmar à Austrália; figuram entre elas as de Andaman, Nicobar, Sumatra, Java e Timor.

A bacia do oceano Índico se formou durante a era mesozóica, quando o antigo continente de Gonduana se cindiu nos blocos da América do Sul, África, Austrália, Antártica e Índia. A plataforma continental do Índico é geralmente estreita e plana; as maiores larguras são alcançadas nos mares da Arábia e Andaman, no golfo de Bengala e, sobretudo, entre Austrália e Nova Zelândia (mil quilômetros). A plataforma desce num declive escarpado até o fundo do oceano, onde as dorsais (cordilheiras submarinas), dividem a bacia em vários setores.

A salinidade das águas superficiais varia de 32 por mil no nordeste a mais de 37 por mil no noroeste, sobretudo no mar Vermelho e no golfo Pérsico. São abundantes os recursos minerais, sobretudo nas plataformas continentais do golfo Pérsico, no mar Vermelho e no oeste da Austrália, onde se encontram importantes instalações petrolíferas.

O fundo do mar Vermelho contém depósitos de ferro e cobre, e no leito oceânico acumulam-se grandes quantidades de manganês e cromo. Egípcios, fenícios, índios, chineses, árabes e europeus singraram o Índico ao longo da história. Os primeiros estudos científicos sobre correntes, costas, ilhas e portos foram realizados pelos árabes entre os séculos IX e XV. Depois das viagens do russo Afanasi Nikitin e do português Vasco da Gama, no século XV, navegantes de diversas potências européias abriram a rota do Índico e iniciaram a exploração comercial e a colonização das costas e ilhas.


Oceano Glacial Antártico



Denominação do oceano periférico ao redor da Antártica, que banha o extremo meridional da América do Sul, ao sul dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Caracteriza-se pela presença de icebergs de grandes dimensões. Profundidade máxima: 4.500m.


Massa de água salgada localizada ao redor do círculo polar ártico e rodeada pela Rússia, Alasca, Canadá, Groelândia, Islândia e península escandinava. Formado pelo Atlântico, liga-se ao Pacífico pelo estreito de Bering. 12.257.000km2. Profundidade máxima: 5.502m.


Mares

Porções de água salgada que circundam os continentes, apresentando aspectos físico-químicos e biológicos peculiares e dimensões mais restritas do que os oceanos. Em alguns casos, aparecem no interior dos continentes mais fechados.

Enquanto os oceanos cobrem vastas extensões e envolvem as massas continentais, os mares são considerados parte deles: ocupam áreas mais reduzidas, localizando-se entre limites continentais. Também apresentam menor profundidade que os oceanos e maior variação de salinidade, densidade, temperatura e transparência das águas.

Os mares são as regiões com a maior variedade de vida do planeta; pode parecer surpreendente, mas nem as florestas tropicais igualam-se as regiões litorâneas que também são chamadas de pelágicas.

Os mares são classificados em:
• Mares abertos;
• Mares Interiores;
• Mares Fechados;


Mares Abertos

São encontrados ao longo das regiões costeiras e apresentam ampla comunicação com os oceanos.
Ex: Mar das Antilhas, Mar do Norte, Mar Arábico, Mar da China, Mar do Japão.


Mares Interiores ou continentais

São assim chamados por se encontrarem no interior dos continentes, mantendo, porém, comunicação com os oceanos através de pequenas aberturas denominados estreitos ou canais.
Ex: Mar Mediterrâneo, Mar Vermelho, Mar Negro.


Mares Fechados ou isolados

São aqueles que não mantêm nenhuma comunicação com os oceanos ou com outros mares. Por estarem completamente isolados dos oceanos, esses mares são bastante influenciados pelas características das áreas continentais onde se encontram.

Ex: Mar Cáspio, Mar Aral, Mar Morto.

O mar esta sempre em movimento!
O movimento das águas do mar e dos grandes lagos, chama-se maré, e provoca uma verdadeira dança de vai e vem no nível das águas. A explicação para este fenômeno surgiu após a lei da gravitação, de Isaac Newton, que relacionou intimamente o movimento das marés com a posição do Sol e da Lua e com as forças de atração correspondentes.


Os principais mares são:

Oceano Pacífico: Mar da China, Mar de Java, Mar de Bering, Mar de Okhotsk e Mar de Sonda.
Oceano Atlântico: Mar Báltico, Mar do Norte, Mar Negro, Mar das Antilhas e Mar Mediterrâneo.
Oceano Índico: Mar de Bengala, Mar de Adem, Mar de Oman, Mar Vermelho, Golfo de Bengala, Golfo Pérsico e Mar de Andeman.
FONTE (http://www.fontedosaber.com/geografia/oceanos-e-mares.html)
ACESSO em 10/11/2010.



Clique e salve na pasta da turma!

domingo, 10 de outubro de 2010

As cobras

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Alfabeto dos Animais



Link com a animação do site "http://www.bebele.com.br/animacao/"





¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬ ATIVIDADES ¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬




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Atividades desenvolvidas no HotPotatoes

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

FIGURAS GEOMÉTRICAS



Os estudos iniciais sobre Geometria estão relacionados à Grécia Antiga e a Euclides de Alexandria (360 a.C. - 295 a.C.), grande matemático...

Olhe ao seu redor! Procure pelas figuras geométricas ocultas ao seu redor, ao redor do mundo que enxergamos.


Vamos resolver as atividades abaixo e reconhecer algumas Figuras Geométricas.

-------------------- Atividade 1 --------------------
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-------------------- Atividade 2 --------------------
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-------------------- Atividade 3 --------------------
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Um pouco de história...

"Há muitos anos atrás no Egipto, existia um rei, chamado Sisótris, que repartiu o seu reino, entre a população, em pedaços rectangulares de terra.

Acontece que todos os anos o rio Nilo inundava as terras apagando as marcas que limitavam os terrenos obrigando à realização de novas demarcações. Assim, surgiu a necessidade de medir esses terrenos. No entanto antigamente os egípcios não trabalhavam ainda com as unidades métricas que usamos hoje em dia, como o metro ou o quilómetro, por isso inventaram a sua própria medida.

Inicialmente os agricultores egípcios mediam a quantidade de terreno pela quantidade de arroz ou cevada que nele plantavam. Mais tarde, começaram a medir o terreno pavimentando-o, à custa de pequenos quadrados que construíram. À soma total dos quadrados necessários para cobrir o terreno chamaram área."
Por exemplo:

A medida deste terreno é igual a 10.

clique para abrir/salvar!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

SISTEMA MONETÁRIO


É muito comum vermos crianças pequenas manuseando moedas, seja para juntá-las em um cofrinho ou mesmo para comprar o lanche da escola.

Esse contato é muito importante, pois aos poucos a criança vai aprendendo as primeiras noções matemáticas, além de criar noção de valor das coisas e a importância de se juntar e economizar.


ATIVIDADE: CONTANDO MOEDAS





Os pais precisam ter cuidado, pois há uma idade adequada para os pequenos poderem fazer uso desse material, sem que corram riscos de contaminação ou mesmo acidentes, como engoli-las.

Esse conhecimento é tão importante para nossas vidas que até mesmo as pessoas que nunca tiveram a oportunidade de passar por uma escola, ou seja, pelo aprendizado sistemático, o adquirem de forma adequada. Constantemente vemos crianças de rua, nos semáforos das cidades, pedindo esmolas ou vendendo balas, frutas, doces, onde sabem com precisão fazer os cálculos para voltarem o troco ou somarem a quantia, verificando se a mesma está correta. (FONTE: http://www.educador.brasilescola.com/orientacoes/sistema-monetario.htm)


_-_- ATIVIDADES -_-_

(Clique e baixe os arquivos com as atividades)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A revolução americana

Revolução Americana

Parte da grande revolução que mudou os destinos da civilização ocidental no final do século XVIII, a guerra da independência dos Estados Unidos (revolução americana) abriu uma nova era na história da humanidade. E o país surgido desse movimento libertário tornou-se modelo e inspiração para as colônias ibero-americanas em seu desejo de emancipação das potências colonizadoras.












Origens: Dá-se o nome de revolução americana à luta das colônias estabelecidas na América do Norte, para se tornar independentes da Grã-Bretanha. Vitoriosas, as colônias passaram a constituir uma república independente, estabelecida com base em princípios democráticos que, pela primeira vez, ganhavam forma estatal.



Iniciada em 1607, a emigração inglesa para a América do Norte deu origem à formação de colônias, que em 1732 já eram 13. Entre as causas que concorreram para a guerra de independência (de 1775 a 1781) figura o abandono em que estas se encontravam. Os colonos tinham, por isso, que resolver sozinhos seus problemas, o que lhes dava uma posição de autonomia em relação ao governo metropolitano. Além disso, os ingleses não estavam bem a par das condições das colônias e, preocupados com os próprios problemas, não lhes dedicavam muita atenção.

Entrementes, aumentava a importância econômica das colônias, sobretudo depois que a Grã-Bretanha, vitoriosa na guerra contra a França, acrescentou às suas possessões americanas todo o Canadá e as terras situadas entre os montes Apalaches e o rio Mississippi. Após o conflito, encontrando-se em difícil situação econômico-financeira, a Grã-Bretanha decidiu exigir das colônias a observância da Lei de Navegação (Navigation Act), que limitava grande parte do intercâmbio comercial destas exclusivamente à metrópole. Reprimia-se também o contrabando. Além disso, a Lei do Açúcar (Sugar Act), de 1764, que regulamentava o comércio do açúcar, aumentava o descontentamento dos colonos. E os que especulavam com a terra foram atingidos em seus interesses pelo decreto que proibia a colonização de áreas situadas além dos montes Apalaches.

Diante da necessidade de manter dez mil soldados ingleses para a defesa das colônias, o Parlamento aprovou em 1765 a Lei do Selo (Stamp Act), que estabelecia várias taxas a serem pagas por documentos legais e oficiais, através dos quais os colonos iriam cobrir as despesas de manutenção das tropas britânicas. A reação foi tamanha que o Parlamento teve de tornar sem efeito o decreto no ano seguinte. Mas aprovou, em seguida, o Declaratory Act, em que afirmava ter "pleno poder e autoridade" para legislar sobre as colônias.




Massacre de Boston: Em 1767, um novo decreto, o Townshend Act, tornou ainda mais tensas as relações entre a metrópole e as colônias. Esse decreto estabelecia impostos sobre o chá, o chumbo, o papel e o vidro, importados pelas possessões americanas. O dinheiro assim obtido destinar-se-ia a pagar os funcionários britânicos das colônias. Estes eram muito mal vistos, pela maneira como agiam: apreendiam mercadorias de comerciantes honestos e, muitas vezes, praticavam contrabando. A reação dos colonos recrudesceu. Os comerciantes negaram-se a importar mercadorias britânicas, e o líder revolucionário Samuel Adams levantou a população de Massachusetts.

Em 5 de março de 1770 ocorreu o chamado massacre de Boston. Dois regimentos britânicos que tinham sido enviados para conter os radicais daquela cidade entraram em choque com uma multidão, matando várias pessoas. As notícias espalharam-se por todas as demais colônias, e novamente o Parlamento britânico foi obrigado a recuar e anulou, meses mais tarde, o Townshend Act.

Crise do chá: Após três anos de relativa paz, em 1773 foi aprovada a Lei do Chá (Tea Act), com o objetivo de ajudar a Companhia das Índias Orientais a vender seus excedentes de chá nas colônias. Além do elevado preço do produto, os compradores ainda teriam de pagar impostos, e o lucro de sua comercialização reverteria, em grande parte, em favor dos agentes da companhia. Em represália, os navios que transportavam chá para as colônias deixaram de ser descarregados, e tiveram de regressar à metrópole. Foi novamente em Boston que os acontecimentos assumiram caráter mais grave. No dia 16 de dezembro de 1773, vários colonos disfarçados de índios atacaram três navios no porto e jogaram ao mar toda sua carga de chá. Esse incidente, conhecido como Boston Tea Party, foi o estopim da revolução.

A Grã-Bretanha viu-se então diante de duas alternativas: ceder mais uma vez ou adotar severas medidas de repressão. Decidindo por estas últimas, votou o que os colonos denominaram Leis Intoleráveis (Intolerable Acts), a mais enérgica das quais determinava o fechamento do porto de Boston até que os proprietários do chá fossem indenizados.

Os colonos uniram-se para enfrentar a metrópole e, em 1774, realizou-se em Filadélfia o I Congresso Continental, com a presença de delegados de todas as colônias, à exceção da Geórgia. Foi aprovada, então, a Declaração de Direitos e Agravos (Declaration of Rights and Grievances), que exigia a revogação das Intolerable Acts. O congresso tentou entrar em acordo com o governo inglês, mas fracassou. Com o assentimento do rei Jorge III, o governo decidiu reforçar as tropas britânicas nas colônias, a fim de garantir o cumprimento das decisões parlamentares.

Luta armada: Em abril de 1775, o general Thomas Gage, comandante das tropas britânicas em Boston, decidiu prender dois dos principais líderes americanos, Samuel Adams e John Hancock, e apoderar-se do material bélico reunido pelos colonos em Concord. Em Lexington, as forças de Gage entraram em choque com grupos armados e, depois de uma troca de tiros, os britânicos seguiram para Concord, onde destruíram a munição ali existente. De volta a Boston, enfrentaram novamente os colonos e foram por eles dispersados. Era o início da revolução americana.

O II Congresso Continental, reunido em Filadélfia, designou George Washington para comandar as forças dos colonos. Ainda havia esperanças de que a coroa fizesse concessões para evitar a separação. Mas por toda parte a autoridade real entrava em colapso: vários governadores refugiaram-se a bordo de navios ingleses e voltaram para Londres; outros foram aprisionados. A situação tornava-se de fato inconciliável: a saída era a submissão total ou a independência. A pregação libertadora encontrou um vigoroso apóstolo em Thomas Paine, cujo panfleto Common Sense (1776; O bom senso) atacava o princípio mesmo da monarquia hereditária, afirmando que um só homem honesto vale mais para a sociedade "do que todos os bandidos coroados que já existiram".

Enquanto isso, a luta prosseguia. Ethan Allen, de Vermont, e Benedict Arnold, de Connecticut, expulsaram os britânicos do forte Ticonderoga, às margens do lago Champlain, onde dois dias depois Crown Point foi tomada. Essas vitórias deram aos colonos uma passagem de comunicação com o Canadá.

Designado comandante das tropas britânicas, em substituição a Gage, o general William Howe decidiu tomar os montes Bunker e Breed, próximos a Boston, para fortalecer sua posição. A batalha de Bunker Hill (monte Bunker) foi travada em junho de 1775, e custou tantas perdas aos britânicos que os colonos, embora derrotados, consideraram-na uma vitória.

George Washington assumiu o comando das tropas que cercavam Boston, e treinou-as com rigor durante 1775. Nesse mesmo ano, no Canadá, o general Richard Montgomery, comandando as tropas americanas, ocupou Montreal e seguiu para Quebec. O ataque a esta última cidade fracassou, e Montgomery foi morto. A retirada dos americanos foi desastrosa, e os britânicos passaram então à ofensiva. No ano seguinte (1776), Washington cercou Dorchester Heights, acima de Boston, o que levou o inimigo a abandonar a cidade sem luta, deixando armas e munições. As tropas desalojadas seguiram para Halifax, e Washington concentrou suas forças em Nova York, à espera da ofensiva britânica.




Declaração de Independência: Depois de um ano de debates, em 4 de julho de 1776 o Congresso aprovou finalmente a Declaração de Independência, redigida por Thomas Jefferson, John Adams e Benjamin Franklin. Esse documento de importância histórica universal inspirou-se nas idéias avançadas de pensadores franceses e ingleses. Diz a declaração em seu preâmbulo:

"Consideramos evidentes por si mesmas as seguintes verdades: todos os homens foram criados iguais e dotados por seu criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais a vida, a liberdade e a busca da felicidade; para assegurar esses direitos, constituem-se entre os homens governos cujos poderes decorrem do consentimento dos governados; sempre que uma forma de governo se torna destrutiva desse fim, o povo tem o direito de aboli-la e de estabelecer um novo governo..."

Mais concretamente, a declaração estipulava o direito das colônias a se tornarem "estados livres e independentes", desligados de qualquer compromisso de obediência à coroa da Grã-Bretanha, com a qual ficava rompida toda união política.

Em agosto do mesmo ano, Howe atacou Nova York, onde se travaram violentas batalhas. As tropas de Washington tiveram, no entanto, de bater em retirada, atravessando Nova Jersey, até Delaware. No ano seguinte, os britânicos ameaçaram Filadélfia. Washington tentou defender a cidade mas foi batido, e novamente derrotado em Germantown, Pensilvânia. Paralelamente, o general britânico John Burgoyne invadiu as colônias do Canadá. Retomou Ticonderoga e Crown Point, mas perdeu a batalha de Saratoga. Decisiva para os americanos, essa vitória ajudou Benjamin Franklin a conseguir o auxílio da França. Logo depois, a Espanha entrou na guerra contra a Grã-Bretanha. Na guerra naval destacou-se John Paul Jones. No comando do Bon Homme Richard, bateu-se contra o navio britânico Serapis, episódio que constituiu a maior batalha naval da guerra.

Revolução Americana

Capitulação dos britânicos: Em 1778, a luta estendeu-se para o sul. Henry Clinton, o novo comandante das tropas britânicas, tomou a Geórgia e dois anos depois apoderou-se de Charleston, Carolina do Sul, aprisionando o exército de cinco mil homens do general Benjamin Lincoln. Os ingleses controlavam quase todo o sul, mas tinham de enfrentar freqüentes ataques de guerrilheiros americanos. As forças da metrópole tentaram uma ofensiva contra a Carolina do Norte, mas foram derrotadas em King's Mountain.

Daniel Morgan venceu tropas britânicas em Cowpens, (1781), mas o marquês de Cornwallis derrotou o general Nathanael Greene, comandante das tropas americanas no sul, em Guilford Court House. Cornwallis seguiu para a Virgínia em perseguição de uma tropa de colonos sob o comando do marquês de Lafayette e tomou Yorktown, concentrando aí seus contingentes militares. George Washington, à frente de um exército de 16 mil homens, atacou o inimigo por terra, enquanto o almirante francês François de Grasse lhe dava cobertura naval. Ao final de várias semanas de lutas, Cornwallis rendeu-se com todos os seus efetivos. A guerra estava praticamente terminada.

Em março de 1782, o chefe do governo inglês Lord North, renunciou. A paz de Versalhes foi ratificada formalmente em 3 de setembro de 1783, com o reconhecimento da independência dos Estados Unidos da América. Nesse mesmo ano, a Grã-Bretanha cedeu a península da Flórida à coroa espanhola, sem, no entanto, delimitar as fronteiras, fato que motivaria intensas disputas territoriais no sul dos Estados Unidos durante muitos anos.
Acesso em 28/06/2010.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Os mamíferos

OS MAMÍFEROS




Os mamíferos são os animais que amamentam seus filhotes. Este grupo é o mais desenvolvido dentre todas as espécies de animais, pois o cérebro e os órgãos dos sentidos são mais complexos, chegando a manifestar inteligência.

Os mamíferos são animais de movimentos rápidos e capazes de se adaptarem à diferentes ambientes. Outra característica e também uma vantagem desses animais, é a capacidade de gerar seus filhotes dentro de seu útero. Assim, a cria corre menos riscos de ser atacada por outros animais e tem mais chance de sobrevivência.

Todos os mamíferos possuem pêlos, diafragma, placenta, glândulas mamárias, sudoríparas, sebáceas, lacrimais e odoríferas. Também possuem esqueleto ósseo e músculos.
Quanto a aparência externa, embora todos tenham algumas características comuns, seu aspecto varia de acordo com a ordem considerada. Por isso o morcego, a baleia e o homem que pertencem a ordens distintas, são bastantes diferentes.

Os mamíferos também podem ser agrupados de acordo com o alimento que consomem: cavalos, girafas e esquilos são herbívoros, porque se alimentam de vegetais. Onças e leões são carnívoros, porque se alimentam de animais. Há mamíferos onívoros, isto é, que consomem tanto animais como vegetais. São onívoros espécies como o homem e o rato doméstico.

Nós também somos mamíferos, só que racionais.


-- __ CRUZADINHA -- __



Quanto dorme um animal por dia?

Baleia - 1 hora, Boi - 4 horas, Cão - 10 horas, Cavalo - 3 horas, Elefante - 3 horas, Foca - 6 horas, Gato - 15 horas, Girafa - 2 horas, Golfinho - 10 horas, Leão - 18 horas, Morcego - 19 horas, Porco - 8 horas, Preguiça - 20 horas, Rato - 13 horas, Zebra - 3 horas.

__-- ATIVIDADES --__

__-- ATIVIDADES - 02 --__

-- Jogos --

- Elefante (golf)

- Macaco (estourar balões)


O Corpo Humano

O CORPO HUMANO

O corpo humano é constituído por diversas partes que são inter-relacionadas, ou seja, umas dependem das outras. Cada sistema, cada órgão é responsável por uma ou mais atividades. Milhares de reações químicas acontecem a todo instante dentro do nosso corpo, seja para captar energia para a manutenção da vida, movimentar os músculos, recuperar-se de ferimentos e doenças ou se manter na temperatura adequada à vida.

Há milhões de anos, o corpo humano vem se transformando e evoluindo para se adaptar ao ambiente e desenvolver o seu ser. Nosso corpo é uma mistura de elementos químicos feita na medida certa. As partes do corpo humano funcionam de maneira integrada e em harmonia com as outras. É fundamental entendermos o funcionamento do corpo humano a fim de adquirirmos uma mentalidade saudável em relação a nossa vida.

Veja abaixo, os principais órgãos e sistemas do corpo humano bem como outros textos importantes sobre anatomia, saúde e bem-estar:

Órgãos do Corpo Humano: Baço, Bexiga Urinária, Célula, Cérebro, Coração ,Dentes, Esôfago, Esqueleto, Estômago, Faringe, Fígado, Glândulas, Salivares, Intestino Delgado, Intestino Grosso, Laringe, Pâncreas, Pulmão, Rins, Sangue, Traquéia, Vesícula Biliar,

Aparelhos / Sistemas do Corpo Humano: Sistema Circulatório, Sistema Digestório (Digestão), Sistema Endócrino (Hormônios), Sistema Excretor (Urinário), Sistema Linfático, Sistema Muscular, Sistema Nervoso, Sistema Reprodutor, Sistema Respiratório, Sistema Sensorial (Sentidos).

Fonte: http://www.webciencia.com/11_00menu.htm (Acesso em 21/06/2010)

- - O ESQUELETO HUMANO - -

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Frações

Frações

O que é uma fração?
Fração é um número que exprime uma ou mais partes iguais em que foi dividida uma unidade ou um inteiro.

Assim, por exemplo, se tivermos uma pizza inteira e a dividimos em quatro partes iguais, cada parte representará uma fração da pizza.

Uma pizza inteira

Quatro pedaços de pizza

1

4 x 1/4

Qual o significado de uma fração?

Uma fração significa dividir algo em partes iguais. Assim:

indica a : b , sendo a e b números naturais e b diferente de 0. a representa o numerador e b, o denominador.

Leitura de frações:

Metade

Um terço

Dois quartos

Três quintos

Um sexto

Quatro sétimos

Sete oitavos

Dois nonos

Um décimo

Dois onze avos

Cinco doze avos

...

...

Um centésimo

Um milésimo

Frações equivalentes: são frações que representam a mesma parte de um todo, como o próprio nome já diz, são equivalentes.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Problemática Matemática

Aprender a matemática através de problemas.....

O mais célebre professor deMatemática e escritor de contos árabes do Brasil...

Durante décadas do século passado, gerações se deliciaram com as exóticas histórias de MALBA TAHAN, ou melhor, de Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan. Seus inúmeros leitores ficaram surpresos quando descobriram que Malba Tahan era uma mistificação literária do professor Julio César de Mello e Souza, um brasileiro nascido no Rio de Janeiro, em 1895, que teve sua infância na pequena cidade de Queluz, junto ao Rio Paraíba do Sul, em São Paulo. Malba Tahan ou Julio César de Mello e Souza é o mais célebre professor de Matemática e escritor de contos árabes de nosso país. Com 60 anos de magistério, professor criativo e excepcional, conferencista de eloquência inesquecível, sábio que influencia até os dias de hoje gerações de educadores, é considerado por cientistas e professores o precursor de uma nova pedagogia para a Matemática. Ele foi o inventor de uma forma de ensinar a difícil matéria, na qual a imaginação e a ciência caminham juntas na construção do conhecimento.
Helena Cortez, RJ, 2004. Fonte:
http://www.malbatahan.com.br/



O PROBLEMA DAS OITO CAIXAS - Malba Tahan

Segundo uma lenda muito antiga, o célebre Califa Al Motacém Billah, rei dos árabes, chamou certa manhã o astucioso Sabag, seu vizir-tesoureiro, e disse-lhe em tom grave, como se ditasse uma sentença irrevogável:
— Dentro de poucas horas, meu caro vizir, receberei a visita do jovem Beremisz Samir, apelidado “o homem que calculava”. Não ignoras, certamente, que o talentoso Beremiz tem deslumbrado esta nossa gloriosa Bagdá com inequívocas demonstrações de seu incomparável engenho e de sua agudíssima inteligência. Os enigmas mais intrincados, os cálculos mais difíceis são, pelo exímio matemático, explicados e resolvidos em rápidos momentos. É meu desejo presentear o ilustre Beremiz com avultada quantia. Gostaria, entretanto, de experimentar também a tão elogiada argúcia do calculista, propondo-lhe durante a nossa entrevista um problema que seja relacionado, de certo modo, com o prêmio que lhe darei em moedas de ouro. Um problema que deixasse o nosso visitante encantado, é verdade, mas também perplexo e confuso.
O vizir Sabag não era homem que se deixasse entibiar diante dos caprichos e fantasias do poderoso emir. Depois de ouvir, cabisbaixo e pensativo, as palavras do rei, ergueu o rosto bronzeado, fitou serenamente o glorioso califa, e assim falou:
— Escuto e obedeço, ó Príncipe dos Crentes! Pelo tom de vossas palavras, adivinho perfeitamente o rumo seguido pela caravana de vossas intenções. É vosso desejo premiar um sábio geômetra com valiosa quantia. Ressalta, dessa intenção, a generosidade sem par de vosso coração. Quereis, entretanto, que este prêmio seja exornado com um problema original e inédito, capaz de surpreender o mais engenhoso dos matemáticos e de encantar o mais delicado dos filósofos. Essa lembrança põe em relevo a elegância de vossas atitudes, pois o visitante, ao ser argüído diante da corte, poderá mais uma vez demonstrar a pujança de seu engenho e o poderio de sua cultura.
Proferidas tais palavras, retirou-se o vizir para a sua sala de trabalho. Decorrido algum tempo, voltou à presença do rei, precedido de dois escravos núbios que conduziam pesada bandeja de prata. Repousavam sobre a bandeja oito caixas de madeira, todas do mesmo tamanho, numeradas de um até oito.
Não pequeno foi o espanto do califa de Bagdá ao ver aquele singular aparato. Qual seria a razão de ser daquelas caixas numeradas de um até oito? Que mistério, no domínio das contas e dos cálculos, poderiam elas envolver? Cheiques e nobres, que se achavam ao lado do rei, entreolhavam-se espantados.
Cabia ao honrado Sabag, ministro da corte, explicar o porquê daquela estranha preparação. Ouçamos, pois, o relato feito pelo digno vizir:
— Cada uma dessas caixas contém um certo número de moedas. O total contido nas caixas é o prêmio que será oferecido ao calculista. As caixas, como podeis observar, estão numeradas de um até oito, e dispostas segundo o número de moedas que cada uma contém. Para esse arranjo das caixas, adotei a ordem crescente. Assim, a caixa designada pelo número 1 encerra o menor número de moedas; vem depois a que é indicada pelo número 2; a seguir aparece a de número 3, e assim por diante até a última, que encerra o maior número de moedas. Para evitar qualquer dúvida, direi desde logo que não é possível encontrar duas caixas com o mesmo número de moedas.
O califa, seriamente intrigado, interpelou o vizir:
— Não percebo, ó eloqüente Sabag, que problema seria possível formular com esses dinares distribuídos por oito caixinhas. Por Allah! Não percebo!
O vizir Sabag, quando moço, fora professor primário e havia aprendido, diante das classes, a ensinar os iletrados, a esclarecer as dúvidas dos menos atilados e dirimir as questões sugeridas pelos mais espertos. Firmemente resolvido a elucidar o glorioso soberano, o velho mestre-escola assim falou:
— Cumpre-me dizer, ó Rei do Tempo, que os dinares não foram distribuídos ao acaso pelas oito caixas. Cada caixa encerra um certo número de moedas. São ao todo, portanto, oito quantias em dinares. Com as quantias distribuídas pelas oito caixas, podemos fazer qualquer pagamento, desde um dinar até o número total contido nas oito caixas, sem precisar abrir nenhuma caixa ou tocar em moeda alguma. Basta separar, da coleção que se acha sobre a bandeja, uma, duas, três, quatro ou mais caixas, e será obtido o total desejado.
— Iallah! É curioso! — comentou maravilhado o emir. — Segundo posso inferir de tua explicação, o arranjo dos dinares, distribuídos pelas oito caixas, permite que se possa retirar do total a quantia que se quiser, sem violar nenhuma das caixas, sem remover moeda alguma?
— Isso mesmo! — confirmou pressuroso o vizir. — Digamos que fosse vosso desejo retirar, por exemplo, do total a quantia de 212 dinares. Nada mais simples. No grupo das oito caixas há algumas cujas porções nelas contidas perfazem a soma de 212. Consistirá a dificuldade do problema, para cada caso, em determinar as caixas que devem ser separadas, a fim de que se obtenha uma determinada quantia, pois o que se fez para 212 poder-se-á fazer para 200, 49, 157, ou qualquer número inteiro até o total de moedas.
Feita breve pausa, a fim de permitir que o rei pudesse fixar idéias e refletir sobre o caso, o inteligente vizir rematou:
— Eis, ó Comendador dos Crentes, em resumo, o problema que poderia ser proposto, diante da corte, ao genial calculista: “Sabendo que estas caixas, numeradas de um até oito, contêm dinares em números que não se repetem; sabendo-se também que é possível efetuar qualquer pagamento até o número total de moedas, sem abrir nenhuma caixa, pergunta-se:
1º - Quantas moedas contém, respectivamente, cada uma das caixas?
2º - Como determinar, por meio do raciocínio, matematicamente certo, a quantia contida em cada uma?
3º - Qual o número total de moedas?
4º - Será possível resolver o mesmo problema distribuindo-se as moedas por um número menor de caixas?”
O divã do califado, isto é, o salão real das audiências, achava-se repleto de nobres e convidados quando, pelo soar surdo e solene do gongo, foi anunciada a visita de Beremiz Samir, “o homem que calculava”. No centro do suntuoso recinto, sobre luxuoso tapete, foi colocada a bandeja com as oito caixas que iriam servir de base para o problema.
Al-Motacém Billah, Príncipe dos Crentes, que se achava em seu trono de ouro e púrpura, rodeado de seus vizires e cádis, dirigiu ao matemático amistosa saudação:
— Sê bem-vindo, ó Beremiz! Sê bem-vindo sob a inspiração de Allah! Que a tua presença neste divã seja motivo de júbilo para todos os nossos amigos, e que de tuas palavras possamos colher as tâmaras deliciosas da sabedoria que eleva as almas e purifica os corações.
Decorreu um momento de impressionante silêncio. Competia ao visitante agradecer aquela honrosa saudação. Inclinando-se Beremiz diante do rei, assim falou:
— Allah badique, ia Sidi! — Deus vos conduza, ó Chefe! Admiro, estimo e exalto aqueles que governam com justiça, bondade e sabedoria. É esse o vosso caso, ó Emir dos Árabes, e todos os vossos súditos proclamam essa verdade. A vossa justiça assegura o poderio do Estado; a vossa bondade cria preciosas dedicações; e a vossa sabedoria fortalece e perpetua a confiança do povo. Ai daqueles cujos governantes são sábios mas regem a vida pela injustiça das ações que praticam! Ai daqueles cujos chefes e dirigentes são justos mas desconhecem a bondade! E Allah, o Clemente, se compadeça daqueles que se acham sob o jugo de homens ignorantes, pérfidos e iníquos.
— As tuas palavras, ó calculista — respondeu o rei mansamente — são para mim como brincos de ouro e rubis. Servem-me de estímulo e enchem-me de orgulho. Vou, mais uma vez, abusar de tua gentileza. Será um encanto, não só para mim, como para todos os nobres, vizires e cheiques que aqui se acham, ouvir a tua palavra, a tua doutíssima opinião, sempre original e brilhante, sobre um problema aritmético que parece desafiar o engenho dos mais insignes matemáticos. Esse problema, formulado pelo vizir Sabag, poderia ser enunciado nos seguintes termos: “Sobre aquela bandeja estão oito caixas. Cada caixa contém um certo número de moedas, e não há duas caixas com o mesmo número de moedas. Afirma o vizir Sabag que a distribuição de moedas pelas oito caixas foi feita de modo a permitir que se possa, do total, destacar qualquer quantia, desde um dinar, sem abrir nenhuma caixa, isto é, sem tocar nas moedas. Resta agora determinar quantas moedas contém cada caixa e qual o total de moedas. Para facilitar a exposição, as caixas estão numeradas de um até oito, segundo a ordem crescente das quantias que encerram”.
E o califa rematou, depois de breve pausa:
— Como orientarias, ó calculista, a solução desse engenhoso problema?
Beremiz Samir, “o homem que calculava”, como bom súdito, não se fez de rogado. Cruzou lentamente os braços, baixou o rosto e pôs-se a meditar. Depois de coordenar as idéias, iniciou a preleção sobre o caso, nos seguintes termos:
— Em nome de Allah, Clemente e Misericordioso! Esse problema é, realmente, um dos mais interessantes que tenho ouvido, e a sua solução, por ser simples e suave, põe em relevo a beleza e a simplicidade sem par da Matemática. Vejamos. A distribuição dos dinares pelas oito caixas foi feita de modo a permitir que separemos uma quantia qualquer, a partir de um dinar, destacando-se da coleção uma, duas, três ou mais caixas. Resta determinar o conteúdo de cada caixa. É evidente que a primeira caixa deve conter um dinar, pois do contrário não poderíamos destacar a unidade do total. Eis a conclusão algemada pela evidência: a caixa designada pelo número 1 contém um dinar.
A segunda caixa deverá conter, forçosamente, dois dinares, pois a quantia de um dinar não pode ser repetida, e se a segunda caixa tivesse três, quatro ou mais dinares não seria possível separar dois dinares do total. Conclusão: já conhecemos os conteúdos respectivos das duas primeiras caixas. Com auxílio dessas duas caixas podemos obter um, dois ou três dinares.
Passemos agora à terceira caixa. Quanto deveria conter? A resposta impõe-se imediatamente: quatro dinares. Com efeito, se a terceira caixa encerrasse mais de quatro dinares, não seria possível, conservando intactas as caixas, separar quatro dinares do total. Para as três primeiras, temos, portanto:
1ª caixa: 1 dinar;
2ª caixa: 2 dinares;
3ª caixa: 4 dinares.
Com auxílio dessas três caixas, podemos formar todas as quantias desde um até sete dinares. Sete representaria o total das três primeiras caixas, isto é, um mais dois mais quatro.
Repetindo o mesmo raciocínio, somos levados a afirmar que a caixa seguinte, isto é, a quarta, deverá conter oito dinares. A inclusão desta caixa com oito dinares permitirá separar do total todas as quantias desde um até quinze. O quinze é formado pelo conteúdo das quatro primeiras caixas.
E a quinta caixa? Não oferece o cálculo de seu conteúdo a menor dificuldade. Uma vez demonstrado que as quatro primeiras caixas totalizam quinze, é evidente que a quinta caixa deverá encerrar dezesseis dinares. A inclusão da quinta caixa ao grupo das quatro primeiras permite que formemos qualquer número desde um até trinta e um, inclusive. O total trinta e um é obtido pela soma das cinco primeiras.
Neste ponto fez o calculista uma pausa rapidíssima, e logo prosseguiu:
— Vejamos, pelo encadeamento natural de nosso raciocínio, se é possível descobrir uma lei, ou regra, que permita calcular os conteúdos respectivos das outras caixas restantes. Para isso convém recapitular:
1ª caixa: 1 moeda;
2ª caixa: 2 moedas;
3ª caixa: 4 moedas;
4ª caixa: 8 moedas;
5ª caixa: 16 moedas.
Observemos que cada caixa, a partir da segunda, contém sempre o dobro do número de moedas da caixa precedente. Dizem os matemáticos que os números 1, 2, 4, 8 e 16 formam uma progressão geométrica crescente, cuja razão é dois — um sistema binário, portanto. Dada a natureza do problema, é fácil provar que se mantém a mesma progressão fixando os conteúdos das quatro caixas seguintes. Temos então:
6ª caixa: 32 moedas;
7ª caixa: 64 moedas;
8ª caixa: 128 moedas;
E o total de moedas em todas as caixas, portanto, é 255.
— Uassalã!
(Adaptado de Malba Tahan, O homem que calculava – Conquista, Rio, 1965)
Fonte: http://contosbemcontados.blogspot.com

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